CID 2

Por Lucas Castor em 10/3/25

 

É… É… É…

É… É…

É… É… É…

É…

É… É…

É…

É… É… É…

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É… É… É… É…

É… É…

É…

É… É… É…

É…

É… É…

É… É…

É…

É…

É… É… É…


Ao longo de duas horas e quarenta e seis minutos de depoimento, Mauro Cid usou trinta e seis vezes a expressão “É…”, quase sempre seguida pelo vocativo “Ministro”, para se dirigir a Alexandre de Moraes. Às vezes num esforço para se lembrar de um evento; outras para dar informações de forma que não comprometesse a si ou à sua família, ou a Bolsonaro, a generais, a coronéis… amigos. E outras, provavelmente, como pausa para concatenar melhor uma mentira. Num momento da oitiva, Cid pede retificação de depoimento anterior, quando admite que, é… uma das chamadas que fez para o Coronel De Oliveira foi para combinar o envio de R$ 100.000 para financiar uma viagem de manifestantes radicais a Brasília, depois da vitória de Lula nas eleições de 2022. Ou seja, em depoimento anterior, Cid mentiu. Diferente do réu no processo penal, o colaborador sob delação premiada não tem o direito de mentir, sob pena de reclusão e da perda dos benefícios da delação.

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into the role of the Mafia in the killing of

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