Ferro de passar

Por Alessandro Araujo em 20/6/25

 

Espelho.

Ferro de passar. Trem-tempo.

De montar móvel.

Duas horas e pouca para ir.

Entre São Paulo e o mangue.

 

Volto pelas beiradas e

bato portas. Gavetas. E o ponto.

Seguro as pontas dos dedos.

Na ida e na volta.

Ultrapasso e danço.

 

Mastigo. Espirro.

Habito os cantos.

De você antes.

De sobremesa tenho café

e assopro o frio.

 

Fumaça.

Serração. O expresso

vai pela marginal sem parar.

Esqueço do que ia repetir para

mim antes de descer.

Aumenta o som e de novo

tem a gente.

Mesmo em dias cheios

e passaram todos. A pé.

Freio brusco.

Foto: Cristiano Mascaro / Escadas rolantes

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