Cracolândia de Gândavo
Por Alessandro Araujo em 25/4/25
Não se pode numerar nem conter a multidão de pedras multiplicadas pelas [ruas da cidade] calçadas e semáforos.
Porque ninguém pode [caminhar seguro], nem passar gente calma [de bem]
onde não acha povoações de pedrantes-armados.
Muitos, como permitiu Santo Paulo que fossem conterrâneos uns dos outros [existissem]?
A língua dos pedrantes nas ruas é uma: carece de três letras —scilicet, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Polícia; e desta maneira vivem sem Justiça e desordenadamente.
Dizem: aceito pix, moeda. Posso lavar o seu parabrisa?
Quero coca-cola, fraldas descartáveis. É fome. Escuta.
Não é dinheiro [pedição].
Sobe vidro.
As armas com que pelejam são latas, paus e rodinhos de limpeza [ligeiros].
Vivem como brutos animais sem ordem nem concerto de homens,
são muito desonestos e dados a vicissitudes.
[Depois que pedem].
Ódios confirmados e sentem muita injúria,
e por isso andam sempre na vingança.
Outras muitas bestialidades usam os pedrantes que aqui não escrevo, porque minha intenção foi não ser comprido, e passar por tudo isto com brevidade [190].
Luz piscante. Esconde. Bota longe.
Nome? Tem passagem?
[Raimundo Nonato Rodrigues Fonseca Júnior].
Avenida Rio Branco.
Vala e sangue-chão. Santo foi Paulo.
PM, salvação.
Foto: Lucas Castor